Hoje, às 20h, na Cinemateca Capitólio, na frente da praça Daltro Filho, no centro da Capital, será realizada a pré-estréia do documentário "O Caso do Homem Errado. O filme é dirigido por Camila de Moraes, filha do jornalista Paulo Ricardo de Moraes, participante do Movimento Negro no Rio Grande do Sul. Camila reside atualmente em Salvador (BA).
Daqui a pouco, às 18h, haverá uma manifestação no centro da Capital para denunciar a violência contra a população negra. O Homem Errado, que tomou emprestado o nome de outro filme importante, dirigido por Alfred Hitchcock, conta a história verídica do operário negro Júlio César de Melo Pinto, executado, aos 30 anos, por policiais militares no dia 14 de maio de 1987 no bairro Partenon. O documentário foi produzido por meio de contribuição coletiva.
O caso
Julio César estava em casa quando foi atraído pelo barulho de um assalto a um supermercado da Rua Guilherme Alves. Ao chegar ao local, sofreu um ataque epilético e caiu junto a um grupo que acompanhava a ação de policiais militares. Confundido com um dos bandidos, Julio César foi detido. Naquele momento, o repórter fotográfico Ronaldo Bernardi, fotografou o detido dentro da viatura.Ele não tinha marcas de tiros. Ao se dirigir para o HPS na companhia do repórter Darci Demetrio, Ronaldo fotografou, 37 minutos depois, no saguão do hospital, o corpo de Júlio César com marca de tiro no peito. A reportagem deu a Darci Demétrio um prêmio Esso, e o caso repercutiu nacional e mundialmente.
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